Depois de ter visto o seu nome envolvido em caso de doping, o bicampeão olímpico dos 5.000m e 10.000m (Londres 2012 e Rio Janeiro 2016), Mo Farah negou ter ingerido qualquer substância proibida e realçou: “sou um atleta limpo”.
“Eu sou um atleta limpo que nunca quebrou nenhuma regra relacionada com substâncias, métodos ou dosagens e é triste que alguns meios de comunicação, apesar dos factos esclarecidos, continuam tentando associar o meu nome a alegações sobre o uso de doping. Como eu disse muitas vezes antes, todos temos que fazer de tudo para que tenhamos um desporto limpo. Todos os que quebrarem as regras, devem ser punidos. No entanto, isso deve ser feito como deve ser e se a USADA ou qualquer agência antidoping, tem provas de coisas erradas, eles precisam punir e tomar providências e não permitir que os mídia julguem”, disse Mo Farah em comunicado envidado ao The Times, jornal britânico que publicou primeiro a história relacionada com o técnico do bicampeão olímpico.
O caso:
Um relatório da Agência Norte-Americana Antidoping (USADA), divulgado pelo The Times, concluiu que o técnico do fundista, Alberto Salazar, dava medicamentos para aumentar o nível de testosterona e melhor a performance dos seus atletas, e Farah seria um dos que fez uso.
A substância que teria sido utilizada pelos atletas de Salazar seria a L-carnitina. Ela não é considerada doping, mas já é num uso superior a 50ml num espaço de seis horas. No caso dos atletas de Salazar, o medicamento era aplicado nos atletas de maneira intravenosa.
A L-carnitina é uma substância presente no corpo humano. A sua prescrição médica é feita para doenças cardíacas e musculares, entre outras.
O relatório da USADA, escrito em Março de 2016, antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, apontava que a entidade encontrou “provas substanciais e convincentes” de que Alberto Salazar, junto com o médico da equipa, Jeffrey Brown, conspiraram para utilizar medicamentos e procedimentos médicos, “alguns ilegais”, para melhorar o desempenho dos seus atletas.
O técnico teria convencido Farah a tomar doses perigosas de um medicamento de Vitamina D. Salazar acreditava que a substância daria uma substancial vantagem competitiva ao bicampeão olímpico, elevando os seus níveis de testosterona.
Um dos usos de Farah da substância L-carnitina teria acontecido antes da maratona de Londres de 2014. A quantidade utilizada na ocasião é desconhecida e o relatório afirma que a entidade continua investigando as ocasiões em que Farah fez uso da substância.
Em 2015, a Federação Britânica de Atletismo declarou Mo Farah inocente de uma acusação semelhante. Na ocasião, a organização concluiu que o atleta não cometeu “nenhuma irregularidade” e que não havia “razões para questionar o seu treino com Alberto Salazar.