Os trails em Portugal continuam em grande ascensão. Em 2016, registámos 321 trails contra 256 em 2015. Mais de cem mil classificados contra 75 mil em 2015. O Trail da Raposa, em Paredes, foi o mais participado com 2.196 pessoas nos quatro percursos.
Se 2015 foi o ano da explosão dos trails, que dizer do ano agora findo? Ano em que se, realizou pela primeira vez no nosso país, o Campeonato Mundial de Trail. Carlos Sá pôs o Gerês como capital mundial do trail, recebendo centenas de atletas estrangeiros em representação de 25 países.
A nível nacional, contabilizámos agora 321 trails contra os 256 de 2015, o que significa um crescimento de 25,4%! Registámos cem novos trails, o que significa que entretanto, houve alguns que desapareceram.
Foram 101.989 classificados contra os 75.169 de 2015 (mais 35%!). Isto resulta numa média de quase 318 participantes em cada trail, contra os quase 294 no ano passado. Estes números referem-se aos atletas classificados, não estando contabilizados todos aqueles que desistiram. E ainda tivemos as Caminhadas na maior parte dos trails. Embora não havendo números, foram certamente uns bons milhares de caminheiros.
Curiosamente, verificamos nos trails, um movimento inverso às provas de estrada. Embora estas também tenham aumentado em quantidade, o número de participantes, particularmente nas provas principais, tem vindo a sofrer quebras, como ainda recentemente mostrámos no estudo feito sobre as S. Silvestres.
Afinal, a natureza exerce uma grande atração sobre os amantes do desporto. É sedutor poder correr ou caminhar em parques naturais de difícil acesso em condições normais, observar paisagens de cortar a respiração, conviver com espécies animais como raposas, javalis, cavalos selvagens, águias, etc. E a entreajuda entre todos, também supera o que se passa na estrada.
Neste estudo sobre os trails, também considerámos algumas provas de montanha (a maior parte delas do Circuito Nacional de Montanha) a que tivemos acesso. Não é um estudo acabado porque é natural que se tenham disputado mais alguns trails que não tenhamos tido conhecimento. Um agradecimento especial a João Lima que com o seu registo de provas, facilitou em muito este estudo.
O custo das inscrições nos trails é geralmente mais elevado do que nas provas de estrada. São raros os trails que custam menos de dez euros, oscilando entre os 12 e os 15 euros nas distâncias mais curtas. Aqui, não consideramos as provas com distâncias superiores à maratona, naturalmente com preços bem mais elevados.
Se considerarmos os 12/15 euros como preço médio e como registámos 101.989 classificados nos 321 trails, tal significa um valor próximo do milhão, duzentos cinquenta mil e um milhão e seiscentos mil euros. Mas este valor é certamente superior atendendo ao preço elevado das provas com 40 ou mais quilómetros, de todos aqueles que se inscrevem e não comparecem ou desistem durante o percurso e ainda das caminhadas. Não estamos longe se dissermos que os trails movimentaram cerca de dois milhões de euros, apenas em inscrições. Valor muito significativo, a acrescentar aos equipamentos, deslocações, refeições, etc, etc.