O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, reconheceu em declarações à cadeia de televisão alemã ARD, as limitações derivadas do coronavírus, para efetuarem-se os testes antidoping mas advertiu que a luta não vai cessar.
“Seria ridículo se dissesse que isto não vai ter nenhuma influência. Creio que todos o sabemos”, disse Coe.
Apesar disso, Coe acrescentou que isso não implica que desapareçam por completo os testes e recordou que “nenhum desportista deve chegar à conclusão de que está numa zona vedada aos testes, isso não é o caso”.
Coe advertiu que nenhum atleta deve pensar que pode participar em competições sem ter em conta a integridade do desporto. “Nós vamos apanhá-los!”, advertiu.
Coe fez estas declarações num programa dedicado às limitações que impõem a luta contra o coronavírus aos controladores das Agências Nacionais Antidoping.
O virólogo Alexander Kekulé expressou as suas dúvidas ante a ARD, de que os Jogos Olímpicos pudessem realizar-se no próximo ano com o sistema antidoping paralisado durante meses.
Em sentido contrário, o diretor geral da Agência Mundial Antidoping (AMA), assinalou que a luta contra o doping não está limitada aos testes, havendo ainda outras ferramentas como o controlo do passaporte biológico dos atletas. “Há outros recursos como o passaporte biológico que dá um panorama de anos e que será de interesse quando há fases sem controlos antidoping”, afirmou.
Várias agências nacionais confirmaram à ARD que atualmente, os testes foram reduzidos ao mínimo, devido às restrições existentes e à necessidade de proteger a saúde dos atletas e controladores.
“O sistema de controlo antidoping reduziu-se a quase zero”, admitiu a diretora da agência alemã, Andres Gotzman.
O diretor administrativo da agência austríaca, Michael Cepic, falou de uma “forte redução das atividades”.
Na Noruega, os testes também foram reduzidos e na Rússia, as análises feitas nos treinos dos atletas foram interrompidas no passado domingo.
O laboratório de controlo dos testes antidoping de Colónia também regista uma clara quebra, segundo o seu diretor Mario Thevis. “Os testes que nos chegam são entre 10 e 20% do que esperaríamos nesta época”, declarou.