Daniel Pinheiro (em estreia pelo Águias Alvelos) e Salomé Rocha (em estreia pelo Sporting) conseguiram honrosos segundos lugares na 14ª Maratona do Porto, embora com sabores diferentes: ele bateu largamente (5 minutos!) o seu recorde pessoal; ela ficou a quase quatro minutos do seu melhor, depois de andar na frente da prova até pouco depois da meia-maratona. Mas a queniana Monica Jepkoech, que fez uma prova mais equilibrada (1.13.20+1.13.28 por cada “meia”) acabou por ser a grande figura da competição, ao conseguir 2.26.58, largamente um novo recorde da Maratona do Porto (Loice Kiptoo havia conseguido 2.29.13 na época passada) e até recorde pessoal (tinha 2.27.16 como melhor, em 2016).
Já Salomé Rocha parece ter exagerado na primeira parte da prova, ao passar em 1.13.13 à meia-maratona, ritmo demasiado forte para a sua condição atual. Cedeu bastante na segunda metade (1.17.48), terminando em manifesta dificuldade, com 2.31.01. O seu recorde pessoal, conseguido na estreia em Praga, este ano (2.27.06), estava fora de hipótese, dado que a atleta participou no Mundial de Londres, em agosto, e fez depois uma pausa na preparação.
De resto, foi muito fraca a competição feminina, com a terceira classificada, já acima das 2h 43m. A 5ª classificada, foi a “habitual” Rosa Madureira, com 2.48.33.
A corrida masculina foi muito fraca. A exceção foi o queniano Jackson Limo, que teve “lebre” até depois dos 30 km, ficando a seguir sozinho e terminando em 2.11.34, aquém (como se esperava) do recorde da prova (Philemon Baaru, com 2.09.51 em 2011). Foi o 13º queniano vencedor em 14 edições da prova. Gastou 1.04.48+1.06.46 por cada “meia” e triunfou com mais de seis minutos de vantagem sobre… Daniel Pinheiro, quando se esperavam vários africanos nos lugares imediatos. Mas o nível foi mais fraco ainda do que se previa. Mérito também para o atleta português, de 34 anos, ex-Maia AC, que progrediu de 2.23.00 em 2012 para 2.17.57, única marca nacional deste ano abaixo da 2h 20m, refletindo a grande crise de valores existente na maratona masculina entre nós. Daniel Pinheiro passou à meia-maratona em 1.07.53, correndo a segunda metade em 1.10.04. Esteve muito tempo isolado.
O segundo português (e nono na geral) foi Carlos Costa, com 2.26.50 (tem 2.23.41 como melhor, no Porto’2014), seguido do triatleta Pedro Palma, que se estreou com 2.26.52.
Classificações (tempos provisórios):
MARATONA (M): 1º Jackson Limo (Quénia) 2.11.34
2º Daniel Pinheiro (Ág. Alvelos) 2.17.57
3º Okubay Tsegay (Eritreia) 2.19.06
4º Jesus Esparza (México) 2.19.44
5º Worknesh Fikire (Etiópia) 2.20.05
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9º Carlos Costa (S. Salv. Campo) 2.26.50
10º Pedro Palma (Galitos) 2.26.52
11º Miguel Silva (CA Nazaré) 2.27.00
12º Marco Ferreira (Red Line) 2.29.33
13º Bruno Silva (Ág. Alvelos) 2.29.44
14º Nelson Oliveira (EA Coimbra) 2.29.52
MARATONA (F):
1ª Monica Jepkoech (Quénia) 2.26.58
2ª Salomé Rocha (Sporting) 2.31.01
3ª Chaltu Negashu (Etiópia) 2.43.41
4ª Amare Mekasha (Etiópia) 2.46.08
5ª Rosa Madureira (FC Penafiel) 2.48.33
6ª Lídia Pereira (CP Mangualde) 3.04.01
CORRIDA DA FAMÍLIA – 15 KM (M):
1º António Pedro Rocha (Ag. Alvelos) 46.11
2º Jorge Santa Cruz (SC Braga) 46.52
3º Vítor Oliveira (Maia AC) 47.43
CORRIDA DA FAMÍLIA – 15 KM (F):
1ª Mónica Silva (individual) 51.52
2ª Doroteia Peixoto (A. Montanha) 52.09
3ª Silvana Dias (Benfica) 53.56
António Rocha e Mónica Silva vencem Familiy Race
Na Familiy Race, na distância de 15 km, venceu António Rocha, (Águias de Alvelos), seguido de Jorge Santa Cruz (Braga) e Vítor Oliveira (Maia AC). Em femininos, o triunfo sorriu a Mónica Silva (Indiv.), com Doroteia Peixoto (Amigos da Montanha) e a benfiquista Silva Dias nos lugares imediatos.
Jorge Teixeira (diretor da prova):
“Estamos contentes a nível de participação. Estiveram atletas de 69 países, tivemos mais de 4.000 estrangeiros inscritos. Esta prova arrisca-se a ser uma das mais belas maratonas do mundo. A IAAF atribuiu-nos a Medalha de Bronze mas vamos trabalhar para sermos mais reconhecidos internacionalmente. Vamos lutar pela medalha de prata e bronze e Major, quem sabe”.
Daniel Pinheiro
“Foi uma grande exibição da minha parte. Treinei para fazer um pouco melhor mas estava muito vento, foi um grande adversário. Quando fiquei sozinho, foi gerir, lutar contra o relógio. Fiquei satisfeito a 99%, não foi possível fazer 2h15m. Espero daqui para a frente, fazer uma grande época”.