A Milestone Sports, uma empresa que produz um pequeno dispositivo para análise de corrida, publicou os dados de um estudo que retrata o comportamento médio dos corredores, após analisar pouco mais de 800.000 km de corrida de vários atletas. Os dados fornecem um grau de compreensão sem precedentes de como os corredores correm.
O dispositivo produzido pela empresa é um pequeno POD (um odómetro para corrida) que é usado preso ao sapato do corredor capaz de captar dados como velocidade de corrida, cadência, impacto da passada, equilíbrio, dados posturais. O diferencial do dispositivo é não depender do sinal de GPS para fazer as análises da corrida.
Os dados foram divididos por género, altura, idade, marca do sapato. Assim, é possível saber exatamente como cada utilizador está correndo, inclusive como ele alterna os seus pares de sapatos e como cada modelo sofre desgaste, permitindo saber quando chegou o momento de comprar um novo par.
“À medida que passamos da marca de 800.000 km, os nossos dados tornam-se ainda mais importantes para as industrias do calçado”, disse Meir Machlin, CTO da Milestone Sports. “Nós fornecemos dados anónimos de pessoas reais e em tempo real. Com o MilestonePod, podemos responder a perguntas como por exemplo, como correm exatamente os atletas e com que frequência? Qual é a sua idade média? Quais os ténis que fornecem a menor taxa de impacto? As formas de olhar para os dados são ilimitadas.
O que eles descobriram sobre a corrida?
Ao longo das 500.000 milhas de corridas anotadas, amostras de tendências gerais e insights incluem:
Impacto e vida útil do sapato
Gráfico sobre a vida útil do sapato e a taxa de absorção de impacto
- Taxa de impacto de um corredor começa a aumentar quando os seus sapatos chegam a 65% da sua vida útil sugerida.
- A taxa de impacto de um corredor aumenta drasticamente quando os seus sapatos chegam a 110% da sua vida útil sugerida.
- Em todas as marcas, a taxa de impacto de um corredor aumenta dramaticamente quando os seus sapatos alcançam a marca de 680 km (425 milhas).
- No final da vida de um sapato (à marca de 105% da vida útil sugerida e além), os corredores parecem saber intuitivamente como lidar com o aumento da taxa de impacto gerado pela degradação do sapato: ficando no chão durante menos tempo. Eles conseguem isso através de uma maior cadência de passadas, o que ameniza o total de impactos experimentados pelo corredor.
Comportamento do corredor médio (ritmo, cadência de passadas, tipo de passada e sapatos preferidos)
Em todas as corridas de 30 minutos ou mais, a cadência média aumenta durante os primeiros 10% da corrida. Em seguida, estabiliza geralmente até dramaticamente cair durante nos últimos 10% da corrida, mostrando que a maioria dos corredores faz o aquecimento e o arrefecimento de forma inteligente.
Comportamento do corredor médio em relação ao ritmo e cadência de passadas
O ritmo geralmente desacelera em aproximadamente a metade do caminho dentro de corridas de 30 minutos ou mais, mas a percentagem de impacto e a cadência não se deterioram na mesma percentagem. Isso sugere que a técnica de corrida não se altera automaticamente quando um corredor começa a cansar-se.
Identificar o seu tipo de passada de corrida é fundamental para escolher corretamente o seu sapato. O tipo de passada mais comum dos corredores ainda é a passada de calcanhar, que segundo os especialistas é a mais lesiva de todas, em segundo lugar fica a passada com o meio pé e a menos comum é a passada no ante pé.
Outro dado do estudo apurado é que quanto mais rápidos são os corredores, maior a proporção de corredores que adotam o meio pé e o na tepé, o que sugere que esse tipo de passada é o mais eficiente.