A IAAF decidiu manter a suspensão da Rússia, instaurada em novembro de 2015, por dopagem institucionalizada. No comunicado deste domingo, a estrutura dirigida pelo britânico Sebastian Coe refere que a Rússia continua sem preencher algumas condições necessárias para a sua reabilitação, nomeadamente o facto da Agência Antidopagem russa ainda não ter sido reconhecida como uma agência independente, assim como a negação por parte das autoridades russas das conclusões do relatório McLaren que indicam que a dopagem foi promovida pelos mais altos dignitários do país.
Este anúncio é feito a poucos dias da reunião da Comissão Executiva do Comité Olímpico Internacional que deverá tomar uma decisão relativamente à participação da Rússia nos Jogos Olímpicos de Inverno, agendados para o mês de fevereiro em Pyeongchang, na Coreia do Sul.
Segundo o relatório final de Richard Mc Laren, havia conhecimento e o doping era mesmo apoiado pelo Estado. Mais de mil desportistas russos de 30 modalidades estiveram envolvidos num gigante esquema de uso de doping entre 2011 e 2015.
Pode ler-se que durante as investigações foram encontradas fortes provas de doping institucionalizado na Rússia. A conspiração visava a manipulação dos controlos antidoping e contava com a participação do ministro dos Desportos, da Agência Russa de Antidopagem [Rusada] e dos serviços secretos, entre outros, explicou então McLaren em conferência de imprensa.
“Recolhemos provas de que mais de 500 resultados positivos foram apresentados como negativos, incluindo em atletas de elite que tiveram os resultados falseados automaticamente”, indicou o professor de direito canadiano.
O esquema abrangeu os Jogos Olímpicos de 2012, os campeonatos do mundo de 2013, os Jogos Olímpicos de Sochi de 2014 e mais de 30 desportos, incluindo o futebol.