Quando falta menos de um ano para o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a Rússia corre sério risco de continuar ausente. Depois da suspeita de manipulação dos dados dos exames antidoping feitos pelo laboratório de Moscovo, a Agência Mundial Antidoping (WADA) anunciou ontem que abriu uma ação de investigação contra a Agência Antidoping da Rússia (RUSADA). Os russos têm agora três semanas para dar respostas à WADA sobre a inconsistência nos dados.
A Rússia tenta recuperar o status de conformidade com o código da WADA desde 2015, quando rebentou o escândalo de doping institucionalizado promovido pelo Governo Russo.
A Rússia deveria ter garantido em Dezembro último aos membros da WADA, o acesso aos dados do laboratório de Moscovo. Mas os russos fizeram apenas em Janeiro, a entrega de 2.262 amostras. A reanálise dessas amostras identificou 47 casos de doping que já estão em julgamento. No entanto, outras amostras apresentaram inconsistência e suspeita de manipulação.
A WADA informou que enviou à RUSADA e ao Ministério do Desporto da Rússia uma cópia do relatório dos especialistas independentes que detalha as inconsistências. A WADA também exigiu uma série de respostas dos russos no espaço de três semanas.
A WADA e os especialistas independentes vão depois analisar as respostas e fazer um novo relatório para a Comissão Independente de Revisão, que poderá recomendar a suspensão da Rússia dos Jogos Olímpicos. A ADA não previu uma data para o fim deste processo.