Sem surpresa, e face à ausência do Benfica, o Sporting dominou a 1ª jornada do Nacional de Clubes, terminando com larga vantagem (15 pontos nos homens, 13,5 nas mulheres) e praticamente campeão. Luta muito equilibrada para os segundos lugares, com vários pretendentes em cada um dos casos. O SC Braga segue, para já, em 2º lugar, mas tudo está em aberto.
Masculinos: Buaró passou 5,20 na vara
Com o francamente favorito Benfica ausente, a competição masculina foi naturalmente dominada pelo Sporting, que ganhou quatro das seis provas, só falhando os 400 m (2º) e a vara (2º). O Sporting soma 87,5 pontos e, depois, quatro pontos separam três equipas… e as outras não estão longe: 2º SC Braga, 72,5; 3º J Vidigalense. 70; 4º CA Seia 68,5; 5º C Bf Faro, 65,5; 6º Grecas, 63; 7º Jardim da Serra, 59,5; 8º ADR Água de Pena, 57,5.
O atleta mais em foco nesta 1ª jornada foi João Pedro Buaró, atleta do Estreito, equipa da série B… que compete dentro de duas semanas! Uma presença que, pese embora a valia do atleta, não se compreende, visto tratar-se de uma competição coletiva. Buaró ganhou o salto com vara com um novo recorde pessoal de 5,20 (tinha 5,15), reforçando a sua posição de 8º melhor português em pista coberta (5º sub’23). Passou 5,20 à segunda e falhou depois 5,27. Nas posições imediatas ficaram Carlos Pitra (Sporting) e Rui Marques (SC Braga), ambos com 4,80.
As vitórias “leoninas” foram todas folgadas, a começar pela do marchador João Vieira, com 19.46,25 e quase um minuto (52 s) sobre Rui Coelho (CAS), que bateu o recorde pessoal por folgados 15 segundos, com 20.38,81. Destaque ainda para o bom tempo (3.45,24 nos 1500 m) de Nuno Pereira, que fez metade da prova bem isolado, ganhando com oito segundos de vantagem sobre o bracarense Miguel Moreira (3.53,02). Tiago Pereira foi o único a passar 2,05 na altura (e à primeira) e já não prosseguiu, poupando-se para o triplo de amanhã. Finalmente, a última vitória do Sporting foi no peso, através de Daniel Santiago, com 16,54, a escassos 13 cm do seu recorde pessoal.
Nos 400 m, Ericsson Tavares (CA Seia) ganhou folgadamente com um recorde pessoal de 48,17, face ao sportinguista Omar Elkhatib, com 48,99.
Femininos: Auriol Dongmo novamente acima dos 19 metros (19,20)
No setor feminino, confirmou-se a esperada superioridade do Sporting, vencedor de quatro das seis provas, só falhando os triunfos nos 1500 m (3º) e na marcha (2º). Tem, naturalmente, mais um título garantido. Luta muito equilibrada, com nada menos de quatro equipas separadas por escassos quatro pontos e meio. O Sporting lidera com 93 pontos, seguido do SC Braga (79,5), GA Fátima (77), Jardim da Serra (76) e J. Vidigalense (75). Mais atrás, Água de Pena (6º com 71), Grecas (7º com 66) e GR Eirense (8º com 62,5).
A grande figura foi naturalmente Auriol Dongmo, com mais um excelente lançamento de 19,20 e outros a 18,91 e 18,56 (cada atleta só teve direito a quatro ensaios). Francislaine Serra (SC Braga) foi destacada segunda, com 16,75.
Muito bem igualmente, a marchadora Vitória Oliveira (SC Braga), que ganhou destacada, os 3000 m marcha em 12.58,83, a segundo e meio do seu recorde pessoal de 12.57,44. Carolina Costa (Sporting) foi segunda, com 13.19,80.
Com Mariana Machado ausente, a vitória (clara) nos 1500 m foi para Joana Soares (J. Serra), em 4.29,09, à frente de Susana Francisco (SC Braga), com 4.30,96, e de Beatriz Rodrigues (Sporting), com 4.32,93.
Mais fracos, em termos globais, os saltos verticais, com triunfos naturais, embora com marcas aquém da sua valia, das sportinguistas Anabela Neto na altura (passou 1,75, falhou 1,80) e de Marta Onofre na vara (passou 3,70, falhou 3,90). A fechar, Cátia Azevedo foi natural e folgada vencedora dos 400 m, com 53,51, contra 55,43 da bracarense Carina Pereira.
Um campeonato estranho
Uma nota final: Não se justifica a realização de um mesmo campeonato em duas séries, para mais quando se colocam (e bem) as melhores equipas na série A e as restantes na B. Justificar-se-ia a realização de campeonatos das I e II Divisões, com a vantagem de ultrapassar o problema da muito exagerada penalização para quem não se classificar. Uma falha nas alturas iniciais dos saltos verticais, quatro nulos nos restantes concursos, uma falsa partida, uma falha na transmissão da estafeta ou uma desclassificação na marcha, penalizam naturalmente os respetivos clubes. Mas, num campeonato com 16 equipas, esses zero pontos desvirtuam completamente a valia da equipa.
Nas mulheres a diferença é de 13,5 e não 23,5 apesar que os últimos lugares na altura (8ª) e na vara (7ª=) por parte do SC Braga naturalmente irão aprofundar essa distância após os resultados do Grupo B daqui a duas semanas.
O que não se justifica é a violação do RGC que não permite alterar o formato desta competição, violação essa feita apenas para se violar a lei (que não permite competições da 2ª Divisão).
Uma qualquer reunião a dias de um evento vale mais do que o Regulamento Geral de Competições? Para que serve o Regulamento Geral de Competições?