Enquanto Vítor Ricardo Santos foi 7º na final dos 400 m, Portugal conseguiu esta sexta-feira mais dois finalistas no Europeu de Berlim, Nelson Évora e Marta Pen.
Foi um sub-Nelson Évora, com um só salto válido a 16,62 a apurar-se para a final do triplo, que “promete” ser das mais acessíveis dos últimos anos. Por sua vez Marta Pen, 3ª na sua série de 1500 metros, garantiu sem grandes problemas a presença na final, igualmente no domingo.
Nelson Évora conseguiu 16,62 (v:-0,9) no primeiro ensaio e fez depois dois nulos mas a marca valeu-lhe o 6º lugar na qualificação, na qual os melhores (mas aquém dos 17 metros) foram Alexis Copello (Azerbeijão), com 16,82, e Pablo Torrijos (Espanha), com 16,79, que devem ser os principais adversários de Nelson Évora no domingo, até porque o alemão Max Hess, campeão europeu em 2016, e os veteranos Fabrizio Donato e Marian Oprea, foram eliminados.
Nos 1500 metros, Marta Pen correu na série mais lenta mas conseguiu apuramento direto (quatro primeiras) ao ser terceira com 4.09,40, em série ganha pela britânica Laura Muir, com 4.09,12. A outra série teve como vencedora a polaca Sofia Ennaoui, com 4.08,60. Quinta classificada no Europeu de 2016, Marta tentará melhorar essa classificação na final.
Vítor Ricardo dos Santos não repetiu os recordes das eliminatórias (45,55) e das meias-finais (45,14) mas, com 45,78, ficou apenas a três centésimos do recorde nacional que trazia antes do Europeu.
Na final do triplo, Susana Costa não esteve tão bem como na qualificação (14,17), terminando na 11ª posição com 13,97 (v:+0,2), com outros ensaios a 13,87 e 13,78.
Entretanto, Lecabela Quaresma concluiu o heptatlo no 16º lugar, com 5950 pontos, a sua melhor marca desta época (tinha 5901 p.) mas aquém dos seus excelentes 6174 de 2017. Destaque, no 2º dia de provas, para os 6,10 no comprimento (v:+0,5). Fez ainda 39,27 no dardo e 2.14,70 nos 800 m. Relativamente ao seu heptatlo-recorde pessoal fez agora melhor apenas no comprimento e dardo; comparando com o seu melhor desta época, só não fez melhor nas barreiras, dardo e 800 m.
Lorène Bazolo conseguiu o apuramento para as meias-finais dos 200 m, ao ser quinta na sua série com 23,60 (v:+0,4), sendo repescada por tempos. O seu foi o 10º entre as 24 concorrentes. Nas meias-finais, à tarde, foi 7ª na série, com pior tempo (23,80/+1,4), o 22º entre as 23 semifinalistas presentes.
Pouco feliz esteve igualmente Diogo Ferreira, que passou 5,36 à 2ª tentativa na vara e depois falhou a 5,51, ficando em 25º lugar entre os 36 participantes na qualificação da vara. A passagem à final fez-se com 5,51 à primeira tentativa. Ao alcance do atleta nacional…
A seleção de 4×400 m (Rivinilda Mentai-Joceline Monteiro-Cátia Azevedo-Dorothé Évora) foi 7ª na sua série, com o 12º tempo no conjunto das duas séries (16 equipas): 3.33,35, o quinto tempo nacional de sempre mas quase um segundo mais que os 3.32,48 da seleção que esteve no Europeu de há dois anos.
As 9 finais da sexta-feira
400 metros (M): O britânico Matthew Hudson-Smith, terceiro em 2014, confirmou o favoritismo, ganhando com boa margem (44,78) sobre os irmãos Borlée, Kevin (45,13) e Jonathan (45,19).
1500 metros (M): os irmãos Ingebrigtsen não ocuparam todo o pódio, como desejavam, mas um deles, Jakob, o mais novo (17 anos!), sagrou-se campeão numa prova táctica (3.38,10), à frente do polaco Marcin Lewandowski (3.38,14) e do britânico Jake Wightman (3.38,25). Os outros irmãos noruegueses foram quarto (Henrik, 1º em 2012, 2º em 2014, 3º em 2016, 4º agora) e 12º (Filip, campeão em 2016 e favorito, depois dos recentes 3.30,01 que fez).
110 m barreiras (M): Apenas dois milésimos separaram o francês Pascal Martinot-Lagarde, que se tem salientado mais em pista coberta (seis medalhas de prata e bronze em Mundiais e Europeus) que ao ar livre (3º no Europeu de 2014), do russo Sergey Shubenkov, já campeão mundial (2015) e europeu (2012 e 2014). Ambos fizeram 13,17 (v:0,0), contra 13,34 do espanhol Orlando Ortega.
800 metros (F): Inesperada campeã europeia em 2016, a ucraniana Nataliya Pryshchepa confirmou agora o título (2.00,38), novamente à frente da francesa Renelle Lamote (2.00,62).
400 m barreiras (F): A suiça Léa Sprunger confirmou o favoritismo, ganhando com 54,33, melhor marca europeia do ano, derrotando a ucraniana Anna Rychykova (54,51). Ambas haviam sido terceiras em anteriores edições: Anna em 2012 e Léa em 2016.
Altura (F): Duas vezes campeã mundial, a russa Mariya Lasitskene confirmou o favoritismo, com 2,00 à segunda tentativa, mas teve inesperada réplica da búlgara Mirela Demireva, que também passou 2,00 (recorde pessoal igualado) mas à terceira tentativa,
Triplo (F): Depois de medalhas de bronze em Mundiais (pista coberta) e Europeus (ar livre e pista coberta), a grega Paraskevi Papahristou confirmou o favoritismo, ganhando com 14,60 no 2º ensaio e deixando a alemã Kristin Gierisch, que bateu o recorde pessoal, a 15 cm, e a espanhola Ana Peleteiro a 16 cm.
Dardo (F): Campeã mundial juvenil em 2011 e europeia de sub’23 em 2015, a alemã Christin Hussong surpreendeu com um lançamento a 67,90 que é recorde dos campeonatos e melhor marca europeia do ano e deixou a segunda, a checa Nikola Ogrodiniková, a mais de seis metros (61,85)!
Heptatlo (F): Vitória da campeã olímpica e mundial, a belga Nafissatou Thiam, com a melhor marca mundial do ano (6816), escassos 57 pontos mais que a britânica Katarina Johnson-Thompson, que bateu o recorde pessoal.
Cinco portugueses em finais este sábado
O Europeu aproxima-se do fim e este sábado, no penúltimo dia, cinco atletas portugueses estarão em três finais, com a possibilidade – nomeadamente de Ana Cabecinha, Irina Rodrigues e Liliana Cá – de entrarem no top’8, algo que até agora apenas Inês Henriques (1ª) e Vítor Ricardo Santo (7º) conseguiram.
8.05 h – 20 km marcha (F): entre as 30 atletas inscritas Ana Cabecinha detém o 8º melhor tempo deste ano (1.29.41) e Edna Barros o 25º (1.35.03).
19.05 h – comprimento (F): Evelise Veiga será uma das 12 finalistas e a sua marca deste ano (6,61 – recorde pessoal) é a pior de entre elas.
19.20 h – disco (F): Irina Rodrigues, com 62,37 como melhor marca da época, e Liliana Cá, com 61,02, detêm, respetivamente, as quinta e sexta marcas entre as 12 finalistas.
AS FINAIS DO DIA
8.05 h – 20 km marcha (F)
9.55 h – 20 km marcha (M)
19.00 h – altura (M)
19.05 h – comprimento (F)
19.12 h – 400 m (F)
19.20 h – disco (F)
19.30 h – 800 m (M)
19.45 h – 200 m (F)
19.55 h – 5000 m (M)
20.30 h – 4×400 m (F)
20.50 h – 4×400 m (M)
A diferença de melhor marca da época entre a Joceline Monteiro e a Filipa Martins é de 1,28 (55,11/53,83). Óbvio que tudo poderia correr melhor ou pior etc… Mas em termos probabilísticos essa melhoria de 1,28 segundos poderia ter valido 3.32,07 (3.33,35-1,28) o que teria dado para passar se pudéssemos contar com a Filipa Martins. Foi pena.