As consequências da forma como a norte-americana Tori Bowie cortou a meta na final dos 100 metros, caindo de forma desamparada na pista, impediram-na de participar depois na prova dos 200 m.
Tori deu depois uma entrevista ao jornal espanhol “Marca” de que reproduzimos as partes mais interessantes.
Como se sente para a estafeta 4×100 m?
“Vou pouco a pouco, hoje já me sinto melhor. Dói-me cada vez menos o quadril esquerdo e espero estar pronta para sábado.
Era mais favorita nos 200 que nos 100 m. Como se sente a nova rainha da velocidade?
Ganhar um ouro mundial é uma sensação incrível mas não há tempo a perder e já estou pensando no futuro, em correr agora os 4×100 e estar no Mundial de Pista Coberta do próximo ano em Birmingham e experimentar o salto em comprimento onde tenho uma boa marca (6,95 m). Ficaria encantada se ganhasse uma medalha de ouro nesta prova.
Com os triunfos de Bowie e Gatlin, os Estados Unidos conseguiram uma dobradinha mundial no hectómetro 12 anos depois. Podemos falar de uma mudança de ciclo na velocidade mundial?
É verdade que esperámos muito tempo por este momento porque o domínio jamaicano foi muito claro nos últimos anos mas agora, há que desfrutar deste momento sem pensar num possível ciclo dos Estados Unidos. Isso ver-se-á com o tempo mas temos de continuar a trabalhar para melhorar ainda mais.
Está ao seu alcance os recordes de 100 e 200 m da falecida Florence Griffith?
Por agora, não me vejo preparada para tal mas veremos do que sou capaz dentro de um par de anos. Precisava em todo o caso de ter uma corrida perfeita do princípio ao fim.
Qual é o seu ponto forte numa corrida?
O que me diferencia das minhas rivais? Não sei mas sei que o meu ponto forte são os últimos 40 metros. É aí que ganho ou perco uma corrida.
Van Niekerk disse há pouco tempo em Berlim que sonha ganhar os 100, 200 e 400 metros num mesmo Campeonato. Que pensa disto?
Não creio que alguém seja capaz de correr as três distâncias no mesmo Campeonato. Van Niekerk acha possível? Bravo por ele. Talvez alguém possa ganhar as três distâncias em diferentes campeonatos e isso já seria muito difícil. Mas no mesmo, não há tempo material para a recuperação.