Como é do conhecimento geral, a queniana Sharon Lokedi venceu a Maratona de Nova York disputada no passado domingo. No entanto, foi agora divulgado que a atleta não foi testada ao doping antes da prova.
Na passada terça-feira, Brett Clothier, chefe da Unidade de Integridade do Atletismo (AIU), organização independente que supervisiona os testes antidoping, confirmou que a atleta de 28 anos não foi testada como parte do programa de testes especiais que a organização executa nas principais maratonas mundiais.
Não há nada que sugira que Lokedi tenha violado as regras antidoping e ela não testou positivo para uma substância ilegal.
Em comunicado, a AIU informou que durante a pandemia, reduziu o número de atletas testados no Programa de Testes Registados para as seis principais maratonas do mundo.
Este ano, apenas testou os 80 melhores atletas – 40 homens e 40 mulheres – competindo de acordo com os seus rankings mundiais. Lokedi ficou fora do grupo visto ser a 47ª da lista e, portanto, não foi testada como fazendo parte do programa.
Uma porta-voz da AIU revelou que Lokedi não era testada pela organização desde junho de 2021 e não teve de fazer mais testes antes da maratona de Nova York.
No entanto, a Organização da maratona, os New York Road Runners, enviou em Junho, o seu nome à AIU, fazendo parte da lista de atletas profissionais e Lokedi continuou a aparecer em qualquer lista subsequente. Cabia então à AIU realizar o teste à atleta.
Este ano, ela foi quarta na Meia Maratona de Nova York com 1h08m14s e em junho, foi segunda no New York Mini 10K, com 30m52s.
Os New York Road Runners confirmaram que Lokedi foi submetida a testes antidoping imediatamente após vencer a prova.
No entanto, há muito que se afirma que os testes em competição não são uma ferramenta eficaz, pois os atletas podem eliminar substâncias ilícitas dos sistemas antes das provas, pois sabem que serão certamente testados no final das mesmas.
Considera-se que o Programa de Testes Registados é mais rigoroso, com os atletas a terem que fornecer um local onde estarão durante uma hora todos os dias, para testes aleatórios fora de competição. A AIU informou que em 2023, o conjunto de testes seria expandido para 150 homens e 150 mulheres.
Os atletas estrangeiros não precisam também de informar a Agência Antidoping dos Estados Unidos do seu paradeiro diário para testes aleatórios, apesar de treinarem e competirem no país. Em vez disso, o país pelo qual competem, é responsável por monitorar o antidoping entre os seus atletas, que para Lokedi, seria o Quénia.
O treinador e agente de Lokedi, Stephen Haas, disse no domingo que ela treinou no Quénia antes de correr a Maratona de Nova York. Não se sabe se ela fez testes antidoping quando lá esteve.
A USADA testou Lokedi duas vezes este ano, mas em comparação, Keira D’Amato, que bateu o recorde norte-americano na maratona em janeiro, foi testada 11 vezes e a norte-americana Emily Sisson, (que bateu o recorde de D’Amato em Outubro) 10 vezes.
No último paragráfo também se pode acrescentar que Emily Sisson bateu o recorde de Keira D’Amato em outubro
Obrigado pela sugestão