A ideia foi do José Moutinho e 35 atletas aceitaram o desafio: correr cinco voltas na Serra da Freita, lembrando a corrida ao volfrâmio na década de 40, aquando da Grande Guerra, pelos mineiros conhecidos como “os Pilhas”, que procuravam, nas imediações da Serra da Freita, e em duras provações, esse metal usado no fabrico de armas.
Com esta realidade histórica em mente, “As Voltas do Impossível” recriaram vários rituais simbólicos em homenagem aos “Pilhas”. A dureza da prova ficou refletida no facto de nenhum dos 35 participantes ter sido capaz de concluir as cinco voltas impossíveis.
Cada volta tinha 21 km. Mário Elson e Pedro Marques foram os primeiros a terminar a 1.ª volta, no tempo de 2h59. Depois, apenas 8 dos 35 atletas conseguiram completar a 3ª volta impossível, com Guilherme Lourenço e Mário Elson a disputarem a chegada à meta.
Para os participantes nesta aventura que se disputou no passado dia 3, a prova tem tanto de impossível como de inesquecível. Eis o depoimento de dois deles:
“Apesar de não ter dado as 5 voltas, faço um balanço positivo. Da minha parte, meto-a no topo das provas mais duras e mais espetaculares em Portugal. (…) Todos nós sabíamos que isto era praticamente impossível, mas todos nós gostaríamos de ter o nosso nome na pedra.” Mário Elson
“Se é possível? (risos) Não, não é possível, do todo. (…) Mas eu adorei, diverti-me muito, a primeira volta foi boa, mas a segunda foi qualquer coisa.” Alice Lopes
José Moutinho, Grão-Mestre da Confraria Trotamontes, gostou do que viu: “O espírito, entre todos os 35 atletas, foi de grande companheirismo. Até ao fim, acreditaram que seria possível verem o seu nome gravado na rocha de xisto.”
Maio de 2021 foi a data escolhida para a próxima edição. Quantos irão desafiar as voltas impossíveis?