As eleições para os novos corpos gerentes da Federação Portuguesa de Atletismo apenas se deverão realizar em dezembro mas já há candidatos assumidos ou previstos para disputar a liderança a Jorge Vieira, que lidera a direção desde final de 2012 e, embora ainda não se tenha pronunciado sobre a questão, se deve candidatar-se a um terceiro mandato.
Enquanto Luís Jesus, atual presidente da Associação de Lisboa, não esconde o desejo de vir a ser presidente federativo, embora ainda não o tenha anunciado oficialmente, esta quarta-feira, António Nobre, candidato derrotado há quatro anos (por escassa margem), enviou às Associações Regionais e às restantes entidades com direito a voto (associações de atletas, treinadores, juízes, veteranos, etc.) uma longa carta em que anuncia a sua candidatura, bem como um perfil seu.
António Nobre, oficial da força aérea então requisitado para desempenhar funções a tempo inteiro na Federação, como vice-presidente, chegou a chefiar as comitivas nacionais nos Jogos Olímpicos de 2000 e em vários Campeonatos do Mundo e da Europa. Foi mais tarde, assessor do Comité Olímpico de Portugal, coordenando a preparação para os Jogos de Londres’2012. Antes, fora o primeiro presidente da CNEC – Comissão Nacional de Estrada e Corta-Mato.
Com o título Uma Candidatura de Compromisso – empenho, dedicação, competência, António Nobre divulgou uma extensa carta na qual refere que “nada de essencial mudou significativamente desde finais de 2016” e que “continua a faltar um plano estratégico de desenvolvimento da modalidade que potencie o trabalho levado a cabo por todos os associados, respeitando a sua autonomia”. António Nobre refere mais à frente, em palavras sublinhadas, que “poderemos dar um impulso à nossa modalidade, recolocando-a na posição que tem vindo a perder no panorama do desporto português”, salientando que “temos a credibilidade, a experiência, o currículo, o perfil certos, no seio da modalidade e no contexto desportivo nacional, para levar a cabo esta difícil missão, com muito boas perspetivas de sucesso”.
Nas últimas eleições, a lista de Jorge Vieira ganhou com 31 votos, contra 27 da de António Nobre. A Federação, que completará 100 anos em 5 de novembro de 2021, foi dirigida por uma comissão até 1926 e nos últimos 94 anos, teve apenas 17 presidentes (média de cinco anos e meio para cada um). Os mais “duradouros” foram Fernando Mota (20 anos menos um mês entre 1993 e 2012), Correia da Cunha (12 anos, entre 1972 e 1984) e Jorge Vieira (vai completar oito anos por altura das eleições).