O Comité Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) informou ontem que não enviará atletas aos Jogos Olímpicos de Tóquio se não receberem por parte das autoridades correspondentes a mais completa segurança para a saúde dos participantes.
O anúncio foi feito pela diretora executiva da USOPC, Sarah Hirshland, que na companhia da presidente do organismo, Susanne Lyons, analisaram em teleconferência a posição dos Estados Unidos ante a atual situação que afeta todo o desporto mundial.
“A decisão sobre os Jogos não recai em nós. Ela recai na Organização Mundial de Saúde, no governo japonês e no Comité Olímpico (COI)”, disse Sarah Hirshland. “Mas em nenhum caso, enviaremos os nossos atletas em perigo se não for seguro”.
Pela sua parte, Susanne Lyons referiu que é seu desejo mais profundo que os Jogos Olímpicos possam ter lugar segundo o programado mas admite que a Organização está planeando uma variedade de hipóteses, dependendo da evolução do coronavírus nas próximas semanas.
Apesar de o presidente do COI, Thomas Bach, ter vindo a insistir nas últimas semanas que os Jogos seguem em frente segundo o programado, ele declarou na passada quinta-feira ao The New York Times que “O COI está considerando diferentes cenários”.
Bach foi bastante criticado no início da semana por ter enviado mensagens contraditórias à Comissão de Atletas do COI, afirmando que eles devem obedecer às autoridades locais mas que devem continuar a treinar como se os Jogos se disputassem na data marcada.
Sarah Hirshland insistiu que o pensamento dos atletas era prioritário e admitiu a grande pressão que começa a receber da parte deles por não poderem treinar e temerem pela sua saúde se participarem nos Jogos, mesmo que estes se disputem sem espetadores.
A pouco mais de quatro meses da cerimónia de abertura em 24 de Julho, os atletas de todo o mundo encontram-se num ponto crítico da sua preparação. Alguns como na Itália, Espanha, França, Alemanha e partes dos Estados Unidos, não se podem treinar adequadamente devido às ordens de permanência em casa.
O USOPC fechou os seus centros de treino no Colorado e Nova York a todos os atletas que não sejam residentes a tempo inteiro.
A maioria dos atletas norte-americanos ainda não se classificaram para os Jogos e na situação atual de pandemia, muitos organismos nacionais do governo cancelaram as provas classificatórias.
Pela sua parte, o diretor médico da USOPC, Jonathan Finnoff, informou que não tem conhecimento de que algum atleta dos desportos olímpicos de verão tenha acusado positivo ao coronavírus. Finnoff confirmou que dois atletas dos desportos de inverno regressaram da Europa com sintomas e que foram examinados. Uma prova deu negativa e a outra, ainda está pendente.