Constituiu um êxito a 5ª edição da maratona hoje disputada na capital que registou o número recorde de 4.658 classificados, suplantando largamente os 3.828 registados em 2015. Mas esperávamos um número superior, tendo em atenção os quase 7.000 inscritos na prova, segundo a Organização.
Foi pena o calor que se fez sentir mas para a maioria dos atletas populares, mais do que os tempos que possam fazer, o que interessa é acabarem a prova e bem. Longe vão os tempos em que só os “loucos” ou “heróis” se atreviam a correr uma maratona. Lembramo-nos da nossa 1ª maratona em 1983, disputada no Autódromo do Estoril em que se classificaram 176 atletas, com 79 deles a terminarem em menos de 3 h (45%). E 146 fizeram-no até 3.30 (83%). Nesses anos, correr-se uma maratona em mais de 3 horas motivava quase sempre comentários depreciativos da maior parte do pelotão. Agora, tivemos apenas 94 até 3 h (2%!) e 590 até 3.30 (12,7%). Felizmente que a massificação da corrida trouxe-nos outra forma de encarar este tipo de desafios, acessíveis ao comum dos corredores. Hoje em Lisboa, a última classificada foi uma islandesa, Brindis Svararsdottir, que terminou em 7.03.55.
Quase mil senhoras
A nível feminino, tivemos 967 classificadas (20,8%). Embora a maior parte delas sejam oriundas de outros países, não deixa de ser um número significativo. Lembramos que a Maratona dos Descobrimentos, “mãe” desta Maratona Rock’n’Roll, só a partir de 2008, então com 1.005 classificados nos dois sexos, conseguiu superar o número de senhoras agora registado.
Parabéns a todos os que concluíram a prova, com destaque especial para os novos campeões nacionais, Bruno Paixão e Doroteia Peixoto.
BRUNO PAIXÃO
“Fui campeão nacional! Esta é a minha 7ª maratona mas foi a 1ª aqui em Lisboa. A partir dos 35 km, foi um sacrifício muito grande para chegar aqui e ser campeão nacional. Esteve muito calor e o percurso é muito difícil”.
DOROTEIA PEIXOTO
“Fico feliz por ser campeã nacional. Contava com uma marca melhor mas não deu, hoje não era o meu dia. Apanhámos muito calor e vento contra, o desgaste foi enorme. Agora, há que pensar em novos objetivos”.
ANDRÉ BARROS/LEÕES DA FLORESTA
Tem 26 anos e é psicólogo. Corre há cinco anos e estreou-se num corta-mato distrital em Valverde/Fundão. Treina 5/6 vezes por semana e veio para o atletismo por sua iniciativa mas também influenciado pelos amigos. Esta foi a sua 4ª maratona e gostou da organização e do percurso, embora com muito empedrado. Nunca desistiu numa prova e foi o 26º da geral com 2.44.41
ANA EUSTÁQUIO/AA COIMBRA
Tem 39 anos e é bioquímica. Corre há três anos e estreou-se na Corrida do Tejo. Treina 5/6 vezes por semana e veio para a modalidade influenciada por amigos. Esta foi a sua 5ª maratona e adorou a prova. Achou o percurso duro e com pouco público a apoiar os atletas. Nunca desistiu e foi a 215ª da geral e 10ª senhora com 3.13.10.
MANUEL PALMEIRO/GC BRAGANÇA
Tem 53 anos e trabalha na PSP. Corre há 23 anos e estreou-se numa prova da Casa Senna. Treina 5/6 vezes por semana e veio para as corridas, influenciado pelos amigos. Esta foi a sua 30ª maratona e gostou da organização e do percurso. Notou no entanto, falta de apoio a nível de sprays e vaselina. Nunca desistiu e classificou-se em 54º com 2.55.38.
FERNANDA SANTINHA/INDIVIDUAL
Tem 45 anos e é professora de educação física. Corre há cerca de 35 anos e ter-se-á iniciado num corta-mato escolar. Veio para as corridas influenciada pelos colegas e professores e costuma treinar 3 vezes por semana. Nunca desistiu e gostou muito da prova. Foi a 301ª da geral e 14ª senhora com 3.17.14.
ANTÓNIO SANTOS/ASSOCIAÇÃO VALE GRANDE
Tem 59 anos e é advogado. Corre há 30 anos e estreou-se na Mini da Ponte 25 de Abril. Veio para o atletismo por sua iniciativa e treina 5 vezes por semana. Esta foi a sua 8ª maratona e gostou da organização e do percurso. Desistiu uma vez por lesão, na meia maratona da Moita. Foi o 117º da geral com 3.04.31